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Prefaciar uma obra literária ou um trabalho acadêmico é um misto de orgulho e honra para quem recebe essa missão do autor, mas também de enorme responsabilidade, pois essas breves linhas introdutórias têm a função de apresentar aos leitores o resultado de um projeto que se inicia pelo desejo de transformação e se concretiza com a publicação da obra, que tem existência própria, transcendente e transformadora.
Esse misto de sensações se fez presente quando recebi o convite da Viviane para prefaciar a conclusão do seu trabalho de pesquisa acadêmica, concretizado na destacada monografia intitulada “Da Necessidade Convencional da Implementação da Investigação com Perspectiva de Gênero. As ferramentas reconhecidas pela Corte Interamericana e os esforços adotados pelo Brasil”.
A autora, com muita sensibilidade em relação ao assunto, agradeceu a oportunidade de estudar, pesquisar, aprofundar-se e escrever sobre direitos humanos e diz que esta obra representa a realização de um sonho antigo.
No entanto, nós é que agradecemos a ela por compartilhar o resultado de uma pesquisa realizada com intensa consistência teórica e prática em um momento em que o mundo e, especialmente a América Latina e o Brasil, precisam discutir formas para enfrentar marcas sociais que registram fatores históricos e culturais estruturais em sociedades caracterizadas pela violência contra a mulher, em decorrência do machismo, do patriarcado e do racismo.
O resultado da pesquisa sobre a convencionalidade da investigação com perspectiva de gênero desenvolvida por Viviane é uma obra transformadora, pois veio ao mundo justamente quando mais precisamos discutir as causas, as consequências, e, principalmente, as medidas para enfrentamento, mudanças de paradigmas e superação desses graves problemas que impõem significativo atraso civilizatório ao Brasil e a outros países latino-americanos.
A violência contra a mulher em todos os cenários da sua vida é uma realidade e uma mancha social nos Estados democráticos que celebram a igualdade formal entre os gêneros, mas não conseguem implementar essa igualdade na realidade da vida de milhões de mulheres na América Latina, que sofrem abusos e violências como formas de opressão e manutenção do poder patriarcal.