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Este livro é uma proposta de crítica do sistema prisional brasileiro e das violações sistemáticas de direitos humanos a ele inerentes e, ainda, propõe estratégias oriundas do abolicionismo penal e da crítica marxista do direito rumo a uma justiça emancipatória e transformadora com a abolição das prisões. Primeiramente, apresenta-se um breve histórico das origens das prisões brasileiras a partir de uma perspectiva pós-colonial, tendo em vista o contexto do Sul Global. Dessa forma, evidencia-se o legado do colonialismo e da escravidão na formação da sociedade brasileira e de suas prisões, bem como no racismo estrutural e institucional, que demonstra como gênero, raça e classe são determinantes no encarceramento brasileiro e na “guerra às drogas”. Em seguida, realizamos um mapeamento dos casos contra o Brasil no Sistema Interamericano de Proteção de Direitos Humanos sobre condições prisionais cruéis, desumanas e/ou degradantes. Desse modo, são analisados os standards e normas de direitos humanos sobre condições prisionais no âmbito de tal sistema de proteção, a fi m de demonstrar seu descumprimento sistemático pelo Brasil, que resulta em um estado de coisas inconstitucional. Posteriormente, passa-se ao exame de um caso julgado pela Corte Europeia de Direitos Humanos sobre condições prisionais, buscando demonstrar como o sistema jurídico brasileiro já incorpora as soluções apresentadas no Norte Global e como são inefetivas no contexto de um país latino-americano, tendo em vista a violência generalizada inerente aos sistemas prisionais da região.